A transformadora Rosane Roxo

Transformação. Essa é a palavra que define o sucesso da empresária Rosane Ávila Roxo, 63 anos e da empresa que comanda, o Grupo Roxo. A porto alegrense nascida em 15 de abril de 1956 é a segunda filha do caminhoneiro Wilmar Silveira Ávila e da dona de casa Valdira Oliveira Ávila.

A primeira experiência profissional foi aos 15 anos em uma loja de calçados no centro da Capital, mas durou menos de um ano, pois casou-se com Renato Nereu Roxo e veio morar em Camaquã. Na nova cidade, dedicou-se a criação dos filhos, Alexandre Ávila Roxo, 44 anos, e Alex Ávila Roxo, 41 anos e a supervisão da construção da casa própria. “Sempre gostei de obra. Projetar, construir. Essa paixão me acompanha desde sempre”, afirma Rosane.

📱 Clique para receber notícias de graça pelo WhatsApp.

Sempre teve muito jeito para trabalhos manuais como tricô, crochê e bordado e com a aposentadoria dos pais, trouxe eles para Camaquã e abriu uma malharia nos fundos de casa. O negócio terminou anos depois e a família investiu em uma chácara onde eram plantados hortifrutigranjeiros e criavam porcos. A produção era levada para a cidade de caminhão guiado por Rosane para ser comercializada na fruteira do sogro e do marido. “Minha mãe tinha muito orgulho de mim, na época. Pois eu era uma das poucas mulheres que dirigia caminhão em Camaquã. Imagina, década de 80 e uma mulher guiando um 1113”, conta a empresária.

A malharia foi retomada junto com a irmã que morava em Porto Alegre e, que após ficar viúva, junto dos filhos, veio morar em Camaquã a convite de Rosane. Para mostrarem as suas criações, promoviam desfiles em clubes da cidade e na própria empresa. Chegaram a ter seis funcionários, mas a irmã resolveu retornar para a Capital e a malharia fechou.

Grupo Roxo começa a crescer com Rosane

Em 1989, Rosane Roxo assume a direção da empresa criada em 1975 pelo sogro, Nereu Francisco Roxo. A empresa já atuava como fruteira, floricultura e distribuição de hortifrutigranjeiros e contava com apenas nove funcionários, o prédio e um caminhão. O ano de 2001 é marcado como o início de um período de perdas para a vida de Rosane com a morte do pai e da irmã e a separação do marido.

Em meio a perdas, Rosane nunca se deixou abalar e a partir de 2003, a empresa inicia um novo ciclo e não para de crescer. Adquire o espaço do antigo Supermercado Real e passa de 400 para 1.600 metros quadrados de área e amplia de 17 para 38 colaboradores.

“Lembro de um momento delicado da nossa mudança. O prédio era muito grande e não tínhamos produtos suficientes para preencher os espaços. Então, o Paulo Bierhals, o Paulinho da antiga Cantina, empresa distribuidora de bebidas, nos auxiliou com um caminhão de bebidas e enchemos o mercado. Um ano após, invertei. Sobrava produto e faltava espaço”, lembra a empresária.

Com o passar dos anos, a empresa adquiriu quase 10 terrenos no entorno, incluindo a sede da antiga concessionária de veículos Discauto, local que hoje abriga o estacionamento do grupo empresarial e a área da antiga Guaíba Arroz, no bairro Jardim. São cerca de 8 mil metros quadrados de área já construída e quase 400 colaboradores, a maioria sendo o primeiro emprego. Desde março de 2017, conta com a cafeteria, denominada Roxo Café Bar e de agosto de 2018, com o restaurante Roxo Gourmet. Cerca de 5 mil pessoas passam por dia pelo Roxo para consumir os mais de 30 mil itens a disposição.

O futuro do Roxo

O ano de 2019 marca os 30 anos de administração do Grupo Roxo pela empreendedora Rosane Roxo. Questionada sobre o futuro da empresa, Rosane afirma que será de mais investimentos não só em Camaquã como possivelmente na região. “Grupos de empresários e de lideranças políticas de algumas cidades da região já nos procuraram para viabilizar expansão da marca nesses municípios, inclusive com incentivos. Não tenho medo de seguir investindo. Quem vive comigo me considera muito intuitiva e transformadora. Deu certo até aqui, vai dar certo daqui pra frente”, declarou a empresária.