Você está a seis pessoas do Papa Francisco; entenda
Esta matéria contém informações hipotéticas para demonstrar a teoria dos seis graus de separação

Você sabia que o Papa Francisco pode estar conectado a um trabalhador do comércio de Camaquã, no sul do Brasil, por apenas seis pessoas? Essa é a proposta da teoria dos seis graus de separação, que sugere que qualquer ser humano no planeta está a, no máximo, seis conexões de distância de qualquer outro.
A ideia, embora pareça coisa de filme, tem base em estudos sociológicos. Proposta pelo escritor húngaro Frigyes Karinthy em 1929, e popularizada nos anos 1960 por um experimento do psicólogo Stanley Milgram, a teoria afirma que vivemos em uma rede social global muito mais apertada do que imaginamos.
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Para testar isso, tentamos construir uma cadeia hipotética de conexões entre o Papa Francisco, líder da Igreja Católica com mais de 1 bilhão de fiéis, e João (nome fictício), um balconista de uma loja de materiais de construção em Camaquã, cidade com 62 mil habitantes.
Como seria essa conexão?
- Papa Francisco (Buenos Aires, Vaticano) é próximo de Dom Jaime Spengler, atual presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com quem se reúne com certa frequência.
- Dom Jaime Spengler tem ligações com Porto Alegre, onde mantém contato direto com líderes religiosos e comunitários.
- Algum padre de Porto Alegre facilmente teria laços com a Paróquia São João Batista, de Camaquã
- O pároco da São João Batista com certeza mantém contato com membros da Paróquia São João Batista, onde há contato direto com fiéis e voluntários, como Dona Maria (nome fictício), ministra da eucaristia e vizinha de João.
- Dona Maria conhece João desde que ele era criança, ambos frequentam a mesma igreja e ela costuma comprar materiais na loja onde ele trabalha.
- João, balconista, talvez nunca tenha saído do estado. Mas, pelas conexões sociais, está, no máximo, a seis passos de distância do Papa Francisco.
Mais do que coincidência: uma realidade em rede
Embora essa cadeia seja hipotética, ela é perfeitamente plausível. A teoria dos seis graus se tornou ainda mais relevante com a ascensão das redes sociais. Um estudo do Facebook realizado em 2016 apontou que a média de separações entre dois usuários da plataforma era de 3,5 pessoas.
A ideia de que todos estamos conectados cria um senso de coletividade e empatia. Em tempos polarizados e de individualismo crescente, lembrar que até o líder da Igreja Católica pode estar próximo de um jovem do interior gaúcho é, no mínimo, reconfortante, e um convite à reflexão sobre como nossas ações reverberam muito além da nossa bolha imediata.
Afinal, se estamos todos a seis passos uns dos outros, cada gesto importa.