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Você está a seis pessoas do Papa Francisco; entenda

Esta matéria contém informações hipotéticas para demonstrar a teoria dos seis graus de separação


Por Pablo Bierhals Publicado 07/04/2025
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Foto: Vatican Media/ divulgação

Você sabia que o Papa Francisco pode estar conectado a um trabalhador do comércio de Camaquã, no sul do Brasil, por apenas seis pessoas? Essa é a proposta da teoria dos seis graus de separação, que sugere que qualquer ser humano no planeta está a, no máximo, seis conexões de distância de qualquer outro.

A ideia, embora pareça coisa de filme, tem base em estudos sociológicos. Proposta pelo escritor húngaro Frigyes Karinthy em 1929, e popularizada nos anos 1960 por um experimento do psicólogo Stanley Milgram, a teoria afirma que vivemos em uma rede social global muito mais apertada do que imaginamos.

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Para testar isso, tentamos construir uma cadeia hipotética de conexões entre o Papa Francisco, líder da Igreja Católica com mais de 1 bilhão de fiéis, e João (nome fictício), um balconista de uma loja de materiais de construção em Camaquã, cidade com 62 mil habitantes.

Como seria essa conexão?

  1. Papa Francisco (Buenos Aires, Vaticano) é próximo de Dom Jaime Spengler, atual presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com quem se reúne com certa frequência.
  2. Dom Jaime Spengler tem ligações com Porto Alegre, onde mantém contato direto com líderes religiosos e comunitários.
  3. Algum padre de Porto Alegre facilmente teria laços com a Paróquia São João Batista, de Camaquã
  4. O pároco da São João Batista com certeza mantém contato com membros da Paróquia São João Batista, onde há contato direto com fiéis e voluntários, como Dona Maria (nome fictício), ministra da eucaristia e vizinha de João.
  5. Dona Maria conhece João desde que ele era criança, ambos frequentam a mesma igreja e ela costuma comprar materiais na loja onde ele trabalha.
  6. João, balconista, talvez nunca tenha saído do estado. Mas, pelas conexões sociais, está, no máximo, a seis passos de distância do Papa Francisco.

Mais do que coincidência: uma realidade em rede

Embora essa cadeia seja hipotética, ela é perfeitamente plausível. A teoria dos seis graus se tornou ainda mais relevante com a ascensão das redes sociais. Um estudo do Facebook realizado em 2016 apontou que a média de separações entre dois usuários da plataforma era de 3,5 pessoas.

A ideia de que todos estamos conectados cria um senso de coletividade e empatia. Em tempos polarizados e de individualismo crescente, lembrar que até o líder da Igreja Católica pode estar próximo de um jovem do interior gaúcho é, no mínimo, reconfortante, e um convite à reflexão sobre como nossas ações reverberam muito além da nossa bolha imediata.

Afinal, se estamos todos a seis passos uns dos outros, cada gesto importa.

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