A saga dos pedágios continua: lideranças lutam contra criação de novas praças enquanto ainda sentem as já existentes
Abaixo-assinado contra os pedágios está sendo promovido nos municípios da Metade Sul do estado

As lideranças, políticas e empresariais, da Metade Sul do estado estão lutando contra a criação de novos pedágios enquanto buscam garantir um modelo mais justo para os pedágios já existentes. Neste sábado (15), a suplente de deputada federal Fábia Richter participou do Controle Geral para abordar o assunto e repercutir a mobilização desta sexta-feira (14), na Esquina Democrática, para coleta de assinaturas em um abaixo-assinado.

A política, que é ex-prefeita de Cristal, destacou os prejuízos que um contrato de concessão “mal elaborado” causam para toda região, atrasando o desenvolvimento dos municípios. De acordo com ela, toda comunidade precisa estar mobilizada para pressionar o Ministério de Transportes, impedindo a criação de novos pedágios antes que, no mínimo, um modelo mais justo seja garantido no Polo Rodoviário de Pelotas.
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No dia D contra os pedágios, cerca de 300 assinaturas foram coletadas. O objetivo, contando todos os municípios da região, de Guaíba até Rio Grande, é coletar ao menos 200 mil.

Contexto
O assunto dos pedágios reacendeu após anúncio do ministro Renan Filho, dos Transportes, com o cronograma de editais e leilões previstos para 15 rodovias federais, incluindo a BR-116 entre Camaquã e Porto Alegre. A rota, que além da BR-116 também inclui trechos das rodovias 158, 392 e 290, é chamada de Integração do Sul.
O anúncio ocorreu ainda em meio ao polêmico contrato de concessão do Polo Rodoviário de Pelotas, que abrange o trecho da BR-116 entre Camaquã e Pelotas, por exemplo. O contrato de concessão da Ecosul (atual Ecovias Sul) encerra em março de 2026 e havia intenção de renovação sem uma nova licitação. No entanto, com a pressão de lideranças políticas da região, a ideia foi abandonada e uma nova licitação será realizada.
Os pedágios desta concessão são considerados os mais caros do país em rodovias federais. O valor da tarifa é de R$ 19,60 para veículos de passeio.
Ecosul muda de nome
Nesta sexta-feira (14), o coordenador de comunicação institucional da empresa, Ivan Rodrigues, explicou a motivação para alteração do nome e falou sobre o fim do contrato de concessão que ocorre em março de 2026.
De acordo com Ivan, o objetivo é consolidar nacionalmente a identidade de todas as concessionárias do Sistema Ecovias, presente em sete estados brasileiros. A empresa seguirá operando a rodovia e prestando todos os serviços de atendimento aos usuários, dentro dos padrões de qualidade e segurança, até o dia 3 de março de 2026, data final do contrato do Polo Rodoviário de Pelotas.
Questionado sobre a possibilidade de renovar o contrato sem nova licitação, o representante da Ecovias Sul foi enfático: “Não há nenhuma possibilidade”. Segundo ele, o contrato é antigo e está desatualizado para os padrões da atualidade. A empresa está focada no encerramento do contrato.
Nova licitação
De acordo com Ivan, ainda não é possível dizer se a Ecovias Sul participará da nova licitação que será realizada para concessão do trecho. Ainda não há uma data para o procedimento e é previsto que não ocorra antes do término da concessão atual, deixando a rodovia sem pedágios no período.
Audiência Pública em Pelotas
No dia 20 de março (quinta-feira), uma audiência pública promovida pela Assembleia Legislativa, através da Frente Parlamentar do Novo Modelo de Pedágio no Polo Rodoviário de Pelotas, será realizada no auditório do IFSul, em Pelotas. O proponente é o deputado estadual Zé Nunes.
De acordo com Fábia Richter, é importante que a comunidade vá na audiência para lutar pela região. Na ocasião, o Ministério de Transportes vai ouvir a comunidade sobre o que é esperado no novo contrato de concessão. Dependendo do que for incluído, conforme explica a ex-prefeita, altera o preço da tarifa.
Assista a entrevista completa no Controle Geral:
Texto: Pablo Bierhals