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Carazinho confirma primeira morte por febre chikungunya no RS e decreta situação de emergência

Os dados da SES indicam 107 casos em todo o Estado, dos quais 93 são autóctones, ou seja, contraídos dentro do território gaúcho


Por Redação Clic Camaquã Publicado 05/04/2025
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Foto: Pexels. Carazinho confirma primeira morte por febre chikungunya no RS e decreta situação de emergência.

A cidade de Carazinho, no norte do Rio Grande do Sul, confirmou na noite de quinta-feira (3) a primeira morte por febre chikungunya da história do Estado, conforme registro da Secretaria Estadual da Saúde. A vítima é um homem de 68 anos, com comorbidades, que morreu no dia 18 de março. A confirmação laboratorial da doença como causa do óbito foi realizada pelo Laboratório Central do Estado (Lacen).

Diante do avanço da doença, a prefeitura decretou situação de emergência por meio do decreto municipal nº 48/2025, o que permite o acesso a recursos extras e a adoção de medidas emergenciais para conter a epidemia.

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Casos aumentam e cidade lidera registros no Estado

Segundo a prefeitura de Carazinho, o município já contabiliza 100 casos confirmados e 41 em investigação. Os dados da SES indicam 107 casos em todo o Estado, dos quais 93 são autóctones, ou seja, contraídos dentro do território gaúcho. Destes, 88 são de Carazinho e cinco de Salvador das Missões.

A diferença nos números se deve ao prazo de até três dias que os municípios têm para atualizar o sistema estadual de notificações (Sinan Online).

Medidas de combate: drones, fumacê e contratação emergencial

Com a epidemia instalada, a prefeitura intensificou ações de enfrentamento ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da chikungunya, da dengue e da zika. Segundo o prefeito João Pedro Albuquerque de Azevedo, o decreto de emergência vai permitir a contratação emergencial de serviços, aquisição de insumos e reforço no atendimento médico.

“Nossa equipe de gestão está viabilizando recursos federais e estaduais para potencializar ações que já começaram em fevereiro, como mutirões de limpeza e aplicação de fumacê“, afirmou o prefeito.

Uma das estratégias é o uso de drones para identificar focos do mosquito em terrenos baldios e locais de difícil acesso, como fundos de residências. A medida tem ajudado a mapear áreas críticas para atuação das equipes de vigilância.

Sintomas confundidos com dengue e alerta da Secretaria de Saúde

A secretária municipal de Saúde, Carmen Santos, relatou que os primeiros casos apareceram em janeiro, inicialmente tratados como suspeita de dengue. No entanto, os testes davam negativo, enquanto os pacientes relatavam fortes dores nas articulações e inchaço nas mãos, sintomas característicos da febre chikungunya.

“Como não há teste rápido, as amostras foram enviadas ao Lacen, com retorno em até 30 dias. Os pacientes são monitorados, pois o vírus permanece no corpo por até oito dias”, explicou a secretária.

Ela alerta ainda que, mesmo após o fim do período de transmissão, as dores articulares podem durar meses ou até um ano.

Prevenção depende do engajamento da população

O poder público reforça a importância do apoio da comunidade no combate ao mosquito.

“O mosquito não voa longe. Se há um caso na sua rua, o foco está próximo. Precisamos que todos eliminem água parada”, enfatizou Carmen.

A prefeitura pede que moradores colaborem com as ações de limpeza, evitem acúmulo de água e recebam os agentes de saúde em suas residências.

“A prevenção é um compromisso de todos. Só vamos vencer essa batalha com a ajuda da comunidade”, concluiu o prefeito João Pedro.

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