Julgamento Bolsonaro: decisão sairá nesta quarta-feira (26)
O processo, que envolve o ex-presidente e outros sete acusados, será retomado nesta quarta-feira (26) às 9h30min. O julgamento pode ter implicações significativas para os próximos passos da política brasileira


Julgamento Bolsonaro: decisão sairá nesta quarta-feira (26). O julgamento que pode tornar Jair Bolsonaro e aliados réus por tentativa de golpe de Estado chegou a um momento crucial. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu nesta terça-feira, 25 de março de 2025, duas das três sessões dedicadas à análise do recebimento da denúncia. O processo, que envolve o ex-presidente e outros sete acusados, será retomado nesta quarta-feira (26) às 9h30min. O julgamento pode ter implicações significativas para os próximos passos da política brasileira.
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Julgamento Bolsonaro: O Contexto do Caso
A denúncia foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e envolve Bolsonaro e outros sete acusados de tentativa de golpe de Estado. O julgamento está sendo conduzido pela Primeira Turma do STF e será decisivo para determinar se o processo segue adiante, analisando o mérito das acusações. Caso a denúncia seja aceita, os réus enfrentarão uma ação penal que investigará se de fato cometeram os crimes apontados pela PGR. Se não, o caso será arquivado.
Principais Questões do Julgamento
Na manhã do dia 25 de março, o relator, Alexandre de Moraes, e o procurador-geral da República apresentaram suas manifestações, seguidas pelas defesas. À tarde, os ministros do STF analisaram questões preliminares, sendo todas as contestações das defesas rejeitadas.
- Suspensão de ministros para o julgamento
A defesa alegou suspeição de alguns ministros, incluindo Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin, para julgar o caso. No entanto, essa alegação foi rejeitada de forma unânime pelos ministros do STF. Para eles, não havia razão para contestar a imparcialidade dos magistrados. - Competência do Tribunal
Outro ponto discutido foi a competência da Primeira Turma do STF para analisar o caso, já que os advogados argumentaram que, após o fim do mandato de Bolsonaro, ele não teria mais foro privilegiado. O relator, Alexandre de Moraes, ressaltou que a decisão da Corte já havia sido tomada em ações relacionadas aos ataques de 8 de janeiro de 2023 e que o julgamento deveria seguir pela Primeira Turma. Contudo, o ministro Luiz Fux divergiu, defendendo que a questão sobre a competência ainda não estava pacificada, o que gerou um voto em dissidência. - Acesso a provas
A defesa também alegou nulidade no processo, mencionando falta de acesso a provas e a prática de “pesca probatória”, ou seja, a busca de informações sem justificativa adequada. O relator, Moraes, rejeitou essas alegações, afirmando que as defesas tiveram acesso total às provas, refutando também a acusação de ilegalidade nas investigações. - Delação de Mauro Cid
Outro ponto controverso foi a validade da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que ajudou a esclarecer parte dos eventos que envolvem a tentativa de golpe. A defesa tentou anular a delação, mas o relator considerou que ela foi validamente firmada e que o conteúdo das declarações de Cid foi mantido, mesmo após retificação.
Os Acusados
O julgamento envolve oito dos 34 acusados pela PGR, que formam o “núcleo crucial” da tentativa de golpe. Além de Jair Bolsonaro, os outros réus incluem ex-ministros do governo e aliados próximos. São eles:
- Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil e da Defesa)
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
- Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
- Augusto Heleno (ex-ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional)
- Almir Garnier Santos (ex-comandante da Marinha)
- Alexandre Ramagem (ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência e atual deputado federal)
- Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, colaborador em delação premiada)
Os Crimes Atribuídos a Bolsonaro e Seus Aliados
A PGR acusou Bolsonaro e seus aliados de cinco crimes principais:
- Tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito
- Golpe de Estado
- Organização criminosa armada
- Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União
- Deterioração de patrimônio tombado
Esses crimes têm como base os eventos de 8 de janeiro de 2023, quando invasores atacaram as sedes dos três Poderes em Brasília, colocando em risco a democracia brasileira.
O Rito Processual e a Decisão Final
Durante o julgamento, os ministros do STF têm analisado não apenas as questões de competência e legalidade do processo, mas também a admissibilidade da denúncia. A decisão final sobre o recebimento ou não da denúncia será tomada nesta quarta-feira, 26 de março. O presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, iniciou a sessão e destacou a importância desse julgamento para o sistema jurídico e político do Brasil.
Se o STF decidir pela aceitação da denúncia, o caso avançará para a fase processual da ação penal, onde serão debatidos os méritos das acusações. Caso contrário, o processo será arquivado, e os acusados não enfrentarão julgamento formal. Para que a denúncia seja aceita, é necessário o voto favorável de três ministros, em um colegiado composto por cinco integrantes da Primeira Turma.
Julgamento Bolsonaro: O Impacto da Decisão
Este julgamento tem repercussões políticas profundas para o Brasil, especialmente para o ex-presidente Bolsonaro, que, se condenado, poderá enfrentar penas severas. A decisão de amanhã (26) será crucial para determinar o futuro político do ex-presidente e seus aliados, influenciando o cenário eleitoral e partidário do país.
Além disso, a forma como o STF conduzirá esse julgamento é observada de perto, uma vez que ele pode estabelecer precedentes importantes para casos futuros envolvendo figuras políticas de alto escalão. O veredicto também pode afetar a relação entre o Judiciário e os demais poderes, dado o caráter altamente político da denúncia.
Julgamento Bolsonaro
O julgamento de Jair Bolsonaro e outros acusados de tentativa de golpe está em sua fase decisiva. A decisão que será tomada nesta quarta-feira, 26 de março de 2025, definirá se o processo segue para a análise do mérito das acusações ou se a denúncia será arquivada. A pressão política e o impacto social desse julgamento são imensos, e todos os olhos estão voltados para o STF, onde o futuro político de figuras-chave da política brasileira será decidido.