19 de fevereiro de 2025
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De férias, Eduardo Leite repudia presença do Brasil na posse do ditador venezuelano

A cerimônia, presidida pelo chavista Jorge Rodríguez, encerra um processo eleitoral marcado pela falta de transparência, autoritarismo e violência extrema contra qualquer pessoa que ousou se opor ao atual regime


Por Pablo Bierhals Publicado 10/01/2025
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Foto: Instagram/@eduardoleite45

Nicolás Maduro tomou posse nesta sexta-feira (10) em uma sessão solene na sede da Assembleia Nacional em Caracas. A cerimônia, presidida pelo chavista Jorge Rodríguez, encerra um processo eleitoral marcado pela falta de transparência, autoritarismo e violência extrema contra qualquer pessoa que ousou se opor ao atual regime.

Maduro não apresentou provas de que venceu o pleito, ao contrário da oposição, que realizou uma contagem paralela das atas eleitorais reivindicando a vitória para o opositor Edmundo González Urrutia.

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Por medo de perseguições, González se asilou na Espanha após as eleições. A também líder antichavista María Corina Machado chegou a ser sequestrada e liberada em seguida nesta semana.

É neste contexto contraditório que ocorre a posse do ditador venezuelano com a presença de um representante brasileiro confirmada. Segundo Celso Amorim, assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, o Brasil “cumpre o ritual diplomático de relação entre Estados”.

De férias, o governado Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul, manifestou repúdio a ida do Brasil na cerimônia. “Participar da posse de Maduro significa legitimar um processo eleitoral marcado por evidentes violações democráticas na Venezuela”, disse em sua conta no X.

Leia a manifestação do governador na íntegra:

Participar da posse de Maduro significa legitimar um processo eleitoral marcado por evidentes violações democráticas na Venezuela. O Brasil não deveria enviar representante. Isso sinaliza uma postura incompatível com nossa tradição diplomática e nossos valores constitucionais. Democracia não é apenas votar – é ter eleições livres e justas. Nossa política externa deve estar inequivocamente ao lado da democracia e dos direitos humanos. Participar desta cerimônia enfraquece a credibilidade do Brasil como defensor desses princípios fundamentais. O Brasil tem responsabilidade histórica na defesa da democracia na América Latina. Temos de retomar essa tradição, não endossar retrocessos. O compromisso com a democracia precisa ser manifestado na prática, e não apenas no discurso.

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