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Cremers suspende registro profissional de médico acusado de matar esposa em Canoas

A decisão foi homologada nesta quarta-feira (19) pelo Conselho Federal de Medicina e já está em vigor


Por Kathrein Silva Publicado 20/03/2025
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Foto: divulgação

André Lorscheitter Baptista, de 48 anos, acusado de matar a esposa com medicamento, em Canoas, sofreu uma interdição cautelar total do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers). O registro profissional está suspenso por seis meses.

A interdição cautelar é um procedimento administrativo. A medida só pode ser adotada pelos Conselhos Regionais de Medicina até o julgamento final do Processo Ético-Profissional, ainda sem data. A decisão foi homologada nesta quarta-feira (19) pelo Conselho Federal de Medicina e já está em vigor.

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Patrícia Rosa dos Santos, de 41 anos, foi morta dentro de casa no bairro Igara, após a injeção de substâncias, segundo a investigação.

O processo

Baptista está preso na Penitenciária Estadual de Canoas desde o dia 29 de outubro. O médico se tornou réu em dezembro de 2024, após a denúncia do Ministério Público. Ele responde pelos crimes de feminicídio e fraude processual.

O caso será julgado com as causas de aumento de pena: vítima ser mãe de uma criança (filha do réu); menosprezo ou discriminação à condição de mulher; emprego de meio insidioso e veneno e mediante recurso que dificultou a defesa da ofendida.

primeira audiência do caso está marcada para o dia 30 de junho. De acordo com a Justiça, será realizada às 14h na 1ª Vara Criminal da Comarca de Canoas. Além das testemunhas, também há possibilidade de o réu depor no mesmo dia.

Relembre o caso

Baptista atuava no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). No dia do crime, ele teria para familiares da esposa para informar sobre a morte dela. Ele apresentou um atestado emitido por outro médico do Samu que apontava que a causa da morte foi um infarto agudo do miocárdio.

No entanto, a família solicitou uma autópsia. O laudo do Instituto-Geral de Perícias apontou a presença de medicamentos no sangue da vítima. Segundo a investigação policial, o médico teria colocado Zolpidem (remédio utilizado para tratar transtornos de ansiedade e problemas com o sono) em um sorvete que Patrícia tomou.

Depois que a mulher dormiu, Baptista teria adminstrado Midazolam por via intravenosa, nos pés da vítima. O medicamento é indutora de sono, e serve como sedativo para pré-medicação, indução e manutenção de anestesia.

Conforme a polícia, a aplicação causou a morte de Patrícia. Para a investigação, o local foi escolhido estrategicamente, a fim de que não houvesse marcas visíveis.

Frascos dos remédios foram encontrados em uma mochila, dentro do carro do médico.

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