18 de março de 2025
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RELEMBRE: Cruz Missioneira com cerca de 300 anos está “guardada” no Forte Zeca Netto

Pesquisador Edison Hüttner, que encontrou a cruz em Camaquã, está de volta ao município como curador de uma exposição sobre a bandeira do Rio Grande do Sul


Por Pablo Bierhals Publicado 17/03/2025
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Foto: Clic Camaquã. Edison Hüttner na Clic Rádio.

O camaquense Edison Hüttner, pesquisador da Pontifica Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), foi responsável por identificar a Cruz Missioneira em Camaquã. O objeto religioso havia desaparecido de São Miguel das Missões em meados de 1846 e foi descoberto em Camaquã, na Praça da Cruz, em 2013.

A cruz não estava escondida

A cruz, que foi temperada com fogo e martelo nas antigas reduções jesuíticas do Paraguai do século 18, não estava escondida. Ela estava na “Praça Santa Cruz”, localizada na rua Capitão Jango Castro, em Camaquã. No entanto, metade estava enterrada e apenas parte dela estava exposta, onde religiosos costumavam acender velas e até mesmo procissões costumavam ser realizadas.

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De acordo com Edison Hüttner, que esteve no programa Controle Geral do último sábado (15), a Cruz Missioneira está em Camaquã desde 1857, quando foi construída a praça. Inicialmente, segundo o pesquisador, ela ficava inteiramente visível, no alto, e só anos depois foi enterrada. Ele acredita que o filho de Bento Gonçalves, chamado Bento Gonçalves da Silva Filho, primeiro presidente da Câmara Municipal de Camaquã, trouxe a cruz, mas não é possível ter certeza. Na época, em 1857, Camaquã ainda era uma vila de Porto Alegre, chamada São João Batista do Camaquã. O município foi emancipado apenas em 1864.

Identidade da cruz é revelada

O fato é que apenas em 2013 a verdadeira origem da cruz foi revelada. De acordo com Edison Hüttner, ele e o irmão estavam retornando da Barragem do Arroio Duro quando decidiram parar na praça para observar. Foi neste momento que ele afirma ter percebido que a cruz que estava ali não era comum.

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Desenho antigo da igreja de São Miguel das Missões com a Cruz Missioneira no topo

De aço, o objeto religioso lembrava outros objetos das Missões ainda existentes.

Após uma série de pesquisas e comprovações, foi possível afirmar: a cruz que estava enterrada em uma pequena praça de Camaquã é a mesma que séculos atrás estava no alto da igreja em São Miguel das Missões.

O pesquisador estima que a cruz tenha sido forjada em 1726. Neste caso, ela completa 300 anos em 2026.

Hoje está no Forte Zeca Netto

Atualmente, a Cruz Missioneira está “guardada” no Forte Zeca Netto e pode ser visitada. O pesquisador acredita que seria interessante que o objeto fosse exposto na principal praça da cidade, mas ao mesmo tempo teme pela segurança. Questionado se a cruz deveria retornar para São Miguel das Missões ou permanecer em Camaquã, Edison Hüttner declarou que “na verdade ela faz parte de duas histórias” e hoje deveria permanecer no município.

Na praça, há uma réplica da Cruz Missioneira original.

Assista a participação completa no Controle Geral:

Texto: Pablo Bierhals

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