Copom eleva juros básicos da economia para 14,25% ao ano
Preço dos alimentos e incertezas globais influenciaram decisão

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, aumentar a taxa Selic, juros básicos da economia, em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano. A decisão ocorreu na última quarta-feira (19). Este é o maior patamar desde 2016.
O comunicado afirmou que as incertezas externas, principalmente pela política comercial do país, suscitam dúvidas sobre a postura do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano). O copom ainda projetou que haverá nova alta na próxima reunião, em maio, mas “de menor magnitude”.
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Após chegar a 10,5% ao ano de junho a agosto do ano passado, a taxa começou a ser elevada em setembro do ano passado, com uma alta de 0,25 ponto, uma de 0,5 ponto e duas de 1 ponto percentual. O aumento da taxa busca desestimular o apetite por bens, serviços e crédito, acomodando os preços, “esfriando” a economia. O impacto cheio de cada ciclo de alta costuma levar alguns meses.
Inflação
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em fevereiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial, ficou em 1,48%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o fim do bônus de Itaipu sobre a conta de luz e o preço de alguns alimentos contribuíram para o índice.
Com o resultado, o indicador acumula alta de 4,87% em 12 meses, acima do teto da meta do ano passado. Pelo novo sistema de meta contínua em vigor a partir deste mês, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior é 4,5%.

