Copom eleva juros básicos da economia para 13,25% ao ano
Alta do dólar e preço dos alimentos influenciaram decisão
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O novo patamar do juro básico do país foi definido na última quarta-feira (29). O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou, por unanimidade, a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano. Essa foi a primeira reunião conduzida pelo novo presidente do comitê Gabriel Galípono.
Em comunicado, o Copom afirmou que as incertezas externas, principalmente nos Estados Unidos, suscitam dúvidas sobre a postura do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano). Em relação ao Brasil, o texto informa que a economia brasileira está aquecida, com a inflação cheia e os núcleos (medida que exclui preços mais voláteis, como alimentos e energia) acima da meta de inflação, e que as incertezas sobre os gastos públicos provocaram perturbações nos preços dos ativos.
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Em relação às próximas reuniões, o Copom confirmou que elevará a Selic em 1 ponto percentual na reunião de março, mas não informou se as altas continuarão na reunião de maio, apenas que observará a inflação.
Essa foi a quarta alta seguida da Selic. A taxa está no maior nível desde setembro de 2023, quando também estava em 13,25% ao ano. A alta consolida um ciclo de contração na política monetária.
Taxa Selic
A taxa é utilizada para controlar a inflação, influenciando nos juros de empréstimos e financiamentos e na rentabilidade de aplicações financeiras.
O mercado de crédito no Brasil é balizado por uma taxa básica de juros, a chamada Selic. A cada 45 dias, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne para definir o percentual da taxa adotada e se haverá ajustes nela ou não. O valor é determinante para o mercado financeiro de forma geral, incluindo empréstimos, quase todos os tipos de investimentos e o controle da inflação.
Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.