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Dom Feliciano declara situação de emergência devido à estiagem severa

Os prejuízos na agropecuária ultrapassam R$ 75 milhões


Por Redação Clic Camaquã Publicado 15/03/2025
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Foto: Ilustrativa Vecteezy

A Prefeitura de Dom Feliciano decretou situação de emergência nesta sexta-feira (14), em razão da estiagem severa que afeta o município, principalmente no mês de janeiro com efeitos que perduram até os dias atuais.

O decreto foi embasado em laudos técnicos da Secretaria de Saúde, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Agricultura e Pecuária e da EMATER-RS, que apontam um cenário crítico de escassez hídrica, prejuízos expressivos na agropecuária e aumento de doenças gastrointestinais.

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Crescimento alarmante de doenças e colapso no abastecimento de água

O número de casos de doenças diarréicas agudas no município, passando de 62 registros em 2024, para 257 no mesmo período de 2025.

A situação é agravada pela falta de abastecimento de água nas unidades de saúde do Faxinal e Vila Fátima, que estão sendo supridas emergencialmente por caminhões-pipa.

Além disso, diversas famílias do interior enfrentam dificuldades no acesso à água potável. Para amenizar o problema, a prefeitura está implementando ações como a construção de fontes protegidas em parceria com a Emater e o transporte emergencial de água para consumo humano e animal.

Prejuízos na agropecuária ultrapassam R$ 75 milhões

A estiagem comprometeu fortemente a produção agrícola do município. Segundo laudos técnicos, as perdas já somam aproximadamente R$ 75,2 milhões, afetando culturas essenciais como tabaco, milho, soja e batata-doce, além da pecuária de corte, leiteira e ovina.

Entre os principais impactos, destacam-se:

  • Tabaco: 3.750 hectares atingidos (25% da produção), com prejuízo estimado em R$ 37,5 milhões;
  • Milho: 4.400 hectares afetados (50% de perdas), resultando em R$ 13,2 milhões de prejuízo;
  • Soja: 4.500 hectares impactados (35% de perdas), totalizando R$ 9,9 milhões de prejuízo;
  • Batata-doce: 300 hectares atingidos (30% de perdas), com estimativa de R$ 4,8 milhões de prejuízo;
  • Pecuária: Rebanho de bovinos de corte e leite e ovinos registram perdas de 32%, acumulando um impacto financeiro de R$ 9,5 milhões.

Impacto econômico e social

A crise hídrica não afeta apenas os produtores rurais, mas também o comércio e o setor de serviços do município, reduzindo a capacidade de pagamento dos agricultores e intensificando a crise econômica local. O município já vinha sofrendo com anos consecutivos de eventos climáticos extremos, incluindo estiagens severas em 2021/2022 e 2022/2023 e chuvas excessivas na safra 2023/2024, que impactaram a produtividade agrícola.

Ações emergenciais da Prefeitura

Conforme a prefeitura, com a declaração de emergência, poderão ser mobilizados todos os órgãos municipais para ações de resposta, reabilitação e reconstrução. Entre as medidas adotadas, destacam-se:

  • Atuação da Defesa Civil para coordenar as ações emergenciais e garantir assistência às famílias afetadas;
  • Distribuição emergencial de água para consumo humano e animal via caminhões-pipa;
  • Incentivo à construção de fontes protegidas e bebedouros para animais, com o uso de máquinas retroescavadeiras;
  • Solicitação de apoio ao governo estadual e federal, incluindo renegociação de dívidas do PRONAF, PROAGRO e linhas de crédito emergencial para produtores rurais.

O decreto tem validade de 180 dias e podendo ser prorrogado caso a situação se agrave.

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