30 de março de 2025
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Apenados de Ijuí fabricam bochas paralímpicas para Federação das Apaes do RS

O projeto faz parte de uma iniciativa de reintegração social e qualificação profissional


Por Pablo Bierhals Publicado 26/03/2025
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Apenados de Ijuí fabricam bochas paralímpicas para Federação das Apaes do RS

A Penitenciária Modulada Estadual de Ijuí (PMEI) foi palco, na última terça-feira (25), da entrega de 50 kits de bochas paralímpicas, confeccionados por quatro apenados da unidade prisional. Os itens foram repassados à Federação das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Feapaes) do Rio Grande do Sul, que os distribuirá para diversas instituições em outros municípios, promovendo o acesso ao esporte entre pessoas com deficiência.

Reinserção social por meio do trabalho

O projeto faz parte de uma iniciativa de reintegração social e qualificação profissional, conforme destacou o secretário de Sistemas Penal e Socioeducativo, Luiz Henrique Viana. “Aqui, por meio da oficina de bochas paralímpicas, além de aprender um ofício, as pessoas privadas de liberdade estão exercendo a solidariedade. Não é apenas uma oficina, mas, também, um caminho para ressignificar as vidas de quem está cumprindo pena e de quem receberá os artigos aqui produzidos”, afirmou Viana.

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Processo artesanal de fabricação

Iniciado em agosto de 2024, o trabalho de confecção seguiu um processo artesanal. Inicialmente, os tecidos foram costurados para formar a estrutura das bochas. Em seguida, dois tipos de polietileno foram utilizados para garantir volume e peso adequado. Posteriormente, os itens foram selados e finalizados com o uso de um soprador térmico para corrigir eventuais imperfeições.

Impacto social e reconhecimento

O presidente da Apae de Ijuí e representante da Feapaes, Alailton Xavier, ressaltou a importância da ação. “Este evento é emocionante, pois alcança dois grupos que, muitas vezes, não recebem a devida atenção. Para nós da Apae, é algo mágico na vida deles, trata-se de dignificar o ser humano”, afirmou Xavier.

Os apenados envolvidos na produção foram beneficiados com a remição de um dia da pena a cada três dias trabalhados, conforme a Lei de Execução Penal (LEP). A PMEI é uma referência em trabalho prisional na região e oferece diversas atividades laborais para os reeducandos.

Autoridades presentes

A entrega dos kits contou com a presença do superintendente da Polícia Penal, Luciano Lindemann, da diretora da PMEI, Darlen Bugs, e do delegado da 3ª Região Penitenciária, Irineu Koch.

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Foto: João Pedro Rodrigues/Ascom SSPS

Bocha paralímpica e inclusão

A bocha paralímpica é um esporte adaptado para pessoas com deficiência, promovendo o desenvolvimento da capacidade física e habilidades motoras. A modalidade, presente nos Jogos Paralímpicos desde 1984, é praticada tanto de forma recreativa quanto competitiva, sendo uma das poucas em que homens e mulheres competem juntos.

Histórico e desenvolvimento do projeto

O projeto teve início há cerca de cinco anos, quando entidades que atendem pessoas com deficiência buscaram alternativas mais acessíveis para a confecção das bochas. Após um ano de pesquisas e testes, a PMEI desenvolveu um modelo de produção eficiente, reduzindo significativamente os custos. Enquanto no mercado um kit pode custar em torno de R$ 1 mil, no estabelecimento prisional, a produção ocorre por apenas R$ 100.

A confecção só foi possível graças a uma parceria com a empresa 3tentos, intermediada pela Apae de Ijuí, que financiou o projeto em 2024 com um investimento de R$ 5 mil. Com esse recurso, foram adquiridos os materiais necessários para a fabricação de 50 kits, cada um contendo 13 bochas.

A iniciativa reforça o compromisso com a inclusão social e a ressocialização, impactando positivamente tanto os reeducandos quanto os beneficiados pelo projeto.

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