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Pecan pode sofrer perdas significativas em razão da estiagem no Rio Grande do Sul

A seca é causada pela condição climática denominada La Niña, resultando em altas temperaturas e falta de chuva no sul


Por Pablo Bierhals Publicado 30/01/2025
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Foto: IBPecan/Divulgação

A estiagem pode resultar em perdas significativas nos pomares de pecan no Rio Grande do Sul. A seca é causada pela condição climática denominada La Niña, resultando em altas temperaturas e falta de chuva no sul. As informações foram divulgadas pela Agência AgroEffective.

O coordenador técnico do Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan), Júlio César Medeiros, destaca que, dependendo do período em que ocorre a falta de água para a planta, os prejuízos na produção podem ser significativos, muitas vezes provocando perdas próximas a 100% em relação à produtividade esperada, além do comprometimento da qualidade do produto final que, também, pode ser seriamente impactada pela falta de umidade no solo. “É importante ter presente que a água da chuva, embora possa parecer abundante no total do ano, e que nas condições do sul do Brasil pode chegar a mais de 1,8 mil milímetros por ano, não é suficiente para a necessidade da planta, em particular em seus períodos críticos que se distribuem durante todo o ciclo anual da planta. Para que um pomar seja economicamente viável, é vital que conte com um sistema de irrigação adequadamente implantado para as condições específicas de solo e clima da região onde foi ou será implantado”, detalha Medeiros.

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O engenheiro agrônomo explica que os problemas críticos têm a ver com a etapa fisiológica da planta. Destacam-se como períodos de maior demanda de água a fase de crescimento das folhas, requerendo umidade até mais que durante a fase de floração, onde ocorre uma demanda significativa. Outro período crítico onde não deve faltar água é o de crescimento e enchimento das nozes. A próxima etapa importante é a de pré-colheita, onde a falta de umidade no solo poderá acarretar problemas de cápsula aderida à amêndoa, depreciando o produto final.

Medeiros complementa ressaltando que, em relação ao planejamento do sistema de irrigação, que pode ser implantado por gotejamento ou aspersão, é importante que o dimensionamento do volume necessário leve em conta a maior necessidade de água que o pomar terá durante os dias mais quentes do verão. Estes, coincidem justamente com os de maior demanda das plantas e onde as perdas por evapotranspiração, ou seja, a perda de água do solo por evaporação e perda de água da planta por transpiração, são maiores.