31 de março de 2025
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Fávaro ameaça deixar o Ministério da Agricultura por discordar de medidas do Governo Federal

Fávaro relatou a interlocutores que não aceita fazer parte de uma administração federal que taxa exportações do agro


Por Pablo Bierhals Publicado 26/02/2025
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Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil. Fávaro.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) pode ficar sem ministro. Carlos Fávaro avisou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que pode deixar o comando da pasta caso medidas consideradas “extravagantes” sejam adotadas pelo governo. A informação foi divulgada pela CNN.

De acordo com reportagem, Fávaro relatou a interlocutores que não aceita fazer parte de uma administração federal que taxa exportações do agro. Conforme apuração, ele afirmou a auxiliares que cresce a pressão interna e na bancada do PT no Congresso Nacional por medidas que ele discorda com veemência, como imposto ou cotas para exportações de carnes e outros alimentos.

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Mesmo com as tensões entre o agronegócio e o governo Lula desde o início do mandato do petista, Fávaro sempre se manteve fiel ao governo. No entanto, o cenário está para mudar.

Fávaro x FPA

O desgaste da gestão de Fávaro acontece ao mesmo tempo em que o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion, afirmou que a bancada do agro não mantém diálogo com o ministro.

O parlamentar ainda insinuou que o titular do Mapa não tem a devida relevância no governo. Assim, segundo ele, as negociações do setor passaram a ser conduzidas diretamente com “ministros mais fortes”, como Fernando Haddad, da Fazenda.

“O interlocutor do agro virou o Ministério da Fazenda. O Ministério da Agricultura ficou, infelizmente, em segundo plano, nos obrigando a tratar com ministros fortes, como Haddad”, pontuou Lupion.

A fala de Lupion, por sua vez, acontece em resposta à declaração de Fávaro de que a Frente Parlamentar da Agropecuária havia se tornado uma frente parlamentar da oposição por conta da reação negativa à suspensão das linhas de crédito subsidiadas do Plano Safra, problema contornado com o anúncio da medida provisória que disponibilizou R$ 4,1 bilhões extras para a continuidade dos financiamentos agrícolas.

Fávaro havia responsabilizado a FPA por não ter cobrado a aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA), mecanismo imprescindível à liberação de recursos do principal programa de financiamento das atividades agropecuárias do país.