Quem influencia quem?
É o método de apuração de uma notícia que diferencia o jornalista de qualquer outro cidadão na hora de validar uma informação (um fato). É por este motivo que a profissão não perde sua relevância e precisa ser entendida como essencial em uma sociedade que pretende ser mais inteligente do que já foi.
O jornalismo não é perfeito e precisa até mesmo de correções, mas não pode ser descredibilizado. Um jornal deve atuar como “guarda-chuvas” na “tempestade de informação” da era digital. E para manter a credibilidade, é essencial que o jornalista seja honesto com o público.
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O combate a desinformação é papel do jornalista, mas também de toda uma sociedade que, de certa forma, “adoeceu” e não busca mais os fatos, mas sim “verdades” que corroborem com seus sentimentos. É mais ou menos por aí que anda a chamada “era da pós-verdade”, onde algo que aparenta ser verdade é mais importante que a própria verdade. O interesse em manter este cenário pode ser ideológico ou comercial, mas precisa ser combatido.
É importante que estes assuntos também sejam debatidos em escolas, como incentivam os professores dos itinerários de redes sociais e jornalismo do Colégio Romano São Lucas, em Camaquã.
Nesta quarta-feira (9) participei de uma atividade com os alunos para falar sobre o papel do jornalismo e o processo que ocorre antes da publicação de uma notícia. Como meu TCC foi sobre espetacularização, também abordei o tema levantando um questionamento: quem influencia quem?
A pergunta teve o intuito de gerar uma reflexão sobre como um conteúdo publicado pode impactar a sociedade. A provocação foi dizer que, talvez, quando um jornal é sensacionalista, o motivo está no público que consome sensacionalismo. Quando a sociedade deixa, tudo é nivelado por baixo.
Se queremos uma sociedade mais inteligente (e culta), não podemos consumir e fomentar desinformação, ou conteúdo duvidoso, e precisamos prestigiar conteúdos mais elaborados e profissionais com credibilidade. É isso ou caminharemos para um abismo de desinformação e descrédito.
O jornalismo faz parte da sociedade e não pode ser analisado fora do contexto cultural que está inserido.
Pablo Bierhals | jornalista do Clic Camaquã | contato @ cliccamaqua.com.br