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Dia do Mel: conheça as abelhas sem ferrão


Por Pablo Bierhals Publicado 17/03/2025
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Foto: Pablo Bierhals. DIA NACIONAL DO MEL.

O dia 17 de março é considerado o Dia Nacional do Mel. Por coincidência, conclui as edições e publiquei nesta segunda-feira (17) o primeiro episódio do Expedição Campo em Dia destacando as abelhas sem ferrão. O episódio pode ser assistido através do YouTube do Clic Camaquã.

O objetivo do Expedição Campo em Dia é mostrar a diversidade de culturas ligadas ao campo. Essas abelhas sem ferrão, do meliponário que visitei, estão na zona urbana de Camaquã. Em municípios do interior do estado é comum encontrar “características rurais” dentro da cidade.

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Mel valioso

A abelha sem ferrão produz menos, mas o mel tem um valor maior no mercado. Ela é diferente da Apis mellifera (ou abelha africanizada), que é mais comum embora não seja nativa do país. A sem ferrão é nativa da tribo Meliponini (sem ferrão), também chamada de indígenas em algumas regiões.

Com uma composição físico-química distinta do tipo convencional, o mel das abelhas nativas é mais líquido, menos doce e tem sabores, cores e aromas bem variados, de acordo com a espécie e a florada.  

A produção anual da abelha jataí, uma das mais comuns no país, fica em torno de apenas 300 ml a 500 ml, informou o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Cristiano Menezes, em entrevista ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Outras espécies podem produzir até 2kg, mas nenhuma se iguala a abelha com ferrão que pode produzir aproximadamente 30kg por ano.

Mel medicinal

O preço elevado se justifica principalmente pelas propriedades medicinais do produto, historicamente conhecidas. Relatos indicam que populações indígenas já usavam esse bálsamo há centenas e centenas de anos para combater uma série de males, como catarata, feridas e doenças da pele e do sistema respiratório. 

Estudos comprovam que os méis de abelhas nativas possuem ação antimicrobiana, anti-inflamatória e cicatrizante. 

Polinização

Além do mel, segundo a Embrapa, as abelhas sem ferrão são responsáveis pela polinização de 30% das espécies da Caatinga e Pantanal e até 90% das espécies da Mata Atlântica. Diversas plantas, inclusive, são dependentes desses insetos para se reproduzir.

Em 2024, durante a ExpoCamaquã, o extensionista rural da Emater, Eduardo Franz de Mesquita, explicou o mal uso dos defensivos agrícolas utilizados para combate de insetos em lavouras e o desmatamento são as maiores ameaças para estas espécies. Mesmo sendo benéficas para qualquer plantação, elas perecem com os demais insetos.

A preservação destas espécies é trabalhada e incentivada por Eduardo, junto a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). Algumas espécies podem ser encontradas para comercialização e, com a técnica correta, são ótimas opções para possuir mel puro e de qualidade em casa.

Expedição Campo em Dia

No episódio do Expedição Campo em Dia publicado nesta segunda, é contada a história do atendente de farmácia Marcos Joel Klein, que cria diversas espécies de abelhas nativas em sua casa, no bairro Olaria, em Camaquã. O objetivo é desmistificar a ideia de que toda abelha tem ferrão e incentivar a preservação.

Assista a reportagem completa:

Campo em Dia

De segunda a sexta-feira, das 7h às 8h, o programa Campo em Dia traz as principais atualizações do agronegócio através do aplicativo da Clic Rádio, Facebook e YouTube do Clic e Rádio Farol FM, de Arambaré.

Pablo Bierhals | jornalista do Clic Camaquã | contato @ cliccamaqua.com.br

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